Relação mãe-bebê
- Psicóloga Carla M.Ferraz
- 25 de jan. de 2017
- 3 min de leitura

Ao longo dos anos a Psicanálise vem contribuindo de forma significativa para compreender a psique humana. Um dos grandes colaboradores que influenciou o olhar psicanalítico de sua época foi o Médico Pediatra e Psicanalísta D.W. Winnicott ao tratar a importância fundamental que a mãe exercia junto ao bebê, mesmo antes dele nascer. O bebê não era um simples objeto da natureza, mas sim uma pessoa que para existir precisava dos cuidados de outro ser humano.
O Vínculo entre a mãe e o bebê é muito poderoso no início, e todos à sua volta devem fazer o máximo para que a mãe possa se preocupar exclusivamente com seu bebê, proporcionando um ambiente tranquilo.
Winnicott surpreendeu alguns teóricos psicanalíticos da época, ao dizer que além de haver uma necessidade do bebê ter uma mãe "suficientemente boa" termo por ele empregado em seus escritos. O bebê deveria ter também um ambiente favorável. Mas que o bebê já vem com uma herança genética e pré-disposição para o crescimento e desenvolvimento e os pais seriam os condutores deste processo, mas com certeza fundamentais.
A mãe deve-se adaptar ao bebê e proporcionar a ele os cuidados necessários.
A mãe deve desfrutar e ter prazer no cuidado com bebê, por certo é muito complicado cuidar de um bebê e a mãe apresenta em vários momento uma exaustão em tais tarefas, é por esse motivo que o Pai tem que ser presente e participativo.
Essa relação mãe-bebê é um processo de identificação da mãe com o bebê e do bebê com a mãe, e está na troca de olhares quando o bebê está sendo amamentado, no banho que a mãe dá e que tem que estar com a água adequada na mesma temperatura do corpo do bebê, no colo que a mãe dá e no carinho e afeto.O recém-nascido e a mãe apresentam uma união mutua e necessária para o bebê existir.
Em tais circunstâncias o bebê tomará a quantidade certa de leite e no ritmo adequado e saberá quando tem que parar. O contato entre os dois envolve a visão, audição, paladar, olfato e tato.
Assim como já ocorreu na integração e na personalização, o processo de adaptação à realidade externa é ajudado pela interação com a mãe, que apresentará os objetos ao bebê. Este passo no desenvolvimento emocional representa um grande avanço, mas nunca é dado e estabelecido de uma só vez. Para explicar tal processo, Winnicott (1968/1994) destaca o par bebê-seio da mãe. O momento da amamentação não se limita apenas à alimentação do bebê, mas também ao início da relação dele com o objeto. O relacionamento com o mundo real baseia-se na forma como as coisas se iniciam e no padrão que gradualmente se desenvolve, de acordo com a experiência que faz parte desse desenvolvimento humano entre mãe e bebê.
Logo após esse período, é tarefa da mãe desiludir a criança, não atendendo tudo tão prontamente. Ou seja, a mãe, progressivamente, começa a fazer com que a criança suporte algumas frustrações. De confrontos em confrontos, o desenvolvimento do ego da criança será facilitado e ela passa a esperar certas atitudes que anteriormente queria na hora.
Para Winnicott o desenvolvimento é uma função da herança de um processo de maturação, e da acumulação de experiências de vida: mas esse desenvolvimento só pode ocorrer num ambiente propiciador. A importância desse ambiente propiciador é absolutamente no início, e a seguir relativa;o processo de desenvolvimento pode ser descrito em termos de dependência absoluta, dependência relativa e um caminhar rumo à independência.
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